terça-feira, 25 de dezembro de 2007

domingo, 23 de dezembro de 2007

Mulher

Em vão tentou a vida fazê-la segurar a boneca.
Ela também agarrou a bola e tentou marcar o gol.

Em vão foi segurada pelos cabelos na tentativa de manter a trança.
Soltou-a, em seguida, e com movimento estonteante
Celebrou sua liberdade.

Foi também em vão o alerta para o coração menos sensível,
Certa contenção de lágrimas, algum desvio no nervosismo,
Um saber dizer não quando preciso, um esperar pelo amanhã...

Com nada se embaraçou. Abraçou tudo.
A bola, a boneca, a trança e a liberdade.
Agarrou com força sua sensibilidade e defendeu suas lágrimas.
Vestiu seu terno de compromisso,
Sua camisola de maternidade,
Seu hoje e seu amanhã.

Acomodou tudo no mesmo espaço e vigor.
Acumulou não só as funções como conhecimento.
Misturou às rosas os parafusos...

Sentiu uma sensação de segurança
Que só quem faz o que gosta pode ter...

E agora?...