segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Será?

Será que o seu olhar
ainda me vê?
Será que o que vê o seu olhar
é aquilo que um dia fui?
Ou o que o seu olhar vê
é aquilo que você
imagina que serei?

Não vê o seu olhar
o quanto eu mudei?
O quanto eu mudei porque quís,
o quanto mudei sem querer?

Naquilo que quís
muito pouco mudei.
No que não quís,
ultrapassei sem perdão.
De tudo
o que percebeu o seu olhar?

Não me olhe assim
a me julgar.
Por favor
só veja a mim no seu olhar...

Será?

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

praia

Com você, minha filha,
eu me sinto assim,
numa praia
esperando o que a maré trará.

Quase sempre são restos,
que a maré traz
sem saber de onde
sem saber porque;
apenas produtos de outros mares.

Mas às vezes vem uma surpresa.

E são essas surpresas
que me mantém assim,
presa à praia...

Coisas de mãe
Coisas de mar...

saudades

Toda vez que viajo é a mesma coisa: as saudades chegam antes.
Antes mesmo de arrumar as malas,
antes de regar as plantas,
antes do beijo final.
Eu vou, mas a parte de mim que fica, é sempre a maior.
E o coração se entrega ,assim, nesse aperto de dar dó.
Vou repensar minha vida:
cansei de sentir saudades...

saudades