quarta-feira, 26 de maio de 2010

O dom de curar

Talvez você esteja bem incerto
de que seja eu a pessoa adequada
a pedir ajuda.

Talvez toque a campainha da entrada
como quem não queira ser ouvido,
e na sala de espera encontre um sofá muito estreito
ou uma cadeira muito alta e desajeitada.

Quem sabe nas paredes haja mais quadros do que seus olhos desejam ver.
Talvez faltem tapetes.

As revistas podem não ser de seu agrado, e a água estar muito gelada.
Outros pacientes já podem estar também aguardando
e isso causar sua impaciência.

Quem sabe você tenha que conversar com um deles
e acabar ganhando um amigo
ou um inimigo.

Ao abrir a porta para sua consulta, posso não ser tão simpática como você esperava,
ou exagerar na simpatia.
Talvez eu não tenha o rosto que você imaginava , talvez idade a mais ou a menos.

Quem sabe não faça as perguntas necessárias para o diagnóstico
ou ainda,
você omita fatos importantes nas queixas e sintomas.

Mas pode ser que

você goste da sala de espera,
se tranquilize com o meu sorriso,
conte o que possa me ajudar
e eu veja tudo o que preciso,
para que o milagre se concretize
e você saia pela porta
melhor do que chegou...

Um comentário:

Fã número 1 disse...

Eu queria escrever assim
Eu queria que o paciente me visse assim
sorrindo, tranquilo.
Eu queria eu queria