quarta-feira, 26 de maio de 2010

Luiza ,entre outras queixas , me contou como havia sido seu dia anterior.
Acordara com vontade de mudanças no ar. Mas não as mudanças que sempre fazia , voltada para coisas : trocava móveis de lugar, pintava objetos. Não, queria uma mudança sua , de dentro para fora. Pensou no velho sonho de adquirir alguma peça cara , sem se culpar pelo resto de sua vida por havê-la adquirido . Parecia uma tarefa bem mais fácil e agradável do que realmente rever coisas mais profundas ; sim, poderia começar por aí. Depois passaria para coisas mais valorosas.
Saiu de casa , pensando na quantia que gastaria sem representar grande fortuna, e se dirigiu ao shopping mais próximo.Doce ilusão imaginar que seria tarefa fácil. Mais uma vez, seu mundinho pequeno e provinciano paralisou sua ação. Primeiramente porque a loja era cercada por enormes vigias, que intimidavam qualquer comprador, milionário ou não. Segundo, porque ela não tinha aquela postura (um tanto arrogante) , que as vendedoras dessas lojas esperam de suas clientes . Ficou ,portanto , horas olhando e babando diante das vitrines. Amava aquelas bolsas mas não conseguia imaginar -se andando com um objeto cujo valor daria para alimentar várias famílias talvez durante meses...
Embora tivesse o dinheiro, não entrou na loja.
E a sensação mais uma vez, foi a de que sua vida estava passando, suas vontades se mantendo só como vontades, e o mundo seguindo adiante para aqueles que não se detinham pensando demais por pequenas coisas...

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